Sou a maestrina de mil vozes
Que ecoam dentro de mim.
Umas sussurram baixinho,
Outras gritam histéricas feito loucas,
Algumas reclamam o tempo todo,
Muitas são insistentes,
Algumas outras simplesmante se calam,
Mas estas últimas, dissimuladas,
Ficam enviando renitentes mensagens mudas.
A todas ouço,
Mas a nem todas dou ouvidos.
Somente a algumas obedeço,
Ou elas me vencem pela insistência
Ou pelo cansaço.
São elas que me incentivam,
Mais do que qualquer outra coisa,
A realizar meus intentos,
A aplacar meus tormentos
E a ter menos comedimento.
Por isso, deixo que as vozes falem
E falem bem mais alto que a sensatez.
São elas que me fazem assim.
Meio inquieta.
Meio confusa, meio louca, meio poeta.
Essa sou eu,
Inteirinha, toda incompleta.
(Para ouvir a declamação deste poema, click na imagem das flores à direita)