Nas minhas horas vazias,
Procuro encontrar um lugar em mim mesma.
Um lugar pleno do que mais preciso.
Onde todas as vozes se calam para
O silêncio dizer todas as coisas.
Nas horas cheias, estou no exterior,
No estrangeiro, no estranho necessário.
Nas minhas horas vazias,
Volto ao país de mim mesma e
Encontro o espaço em que reconheço
As verdades, as meias verdades e
até as mentiras, que parecem verdades.
Nas horas cheias, me multiplico,
me divido, me reparto e
fico cheia de mim aos pedaços,
como um balão, cujo gás se esvai e
jaz murcho e inerte em meio a turbulência festiva.
Nas minhas horas vazias,
sou plena de horas e de chão,
me espalho pelo país de mim mesma,
me encontro comigo e
me remonto inteira,
pronta a cruzar uma nova fronteira.