Venho, ao longo da minha existência, empregando todas as forças em improfícuas tentativas de arrancar de mim mesma esta dor aguda e profunda, que se funde ao meu ser.
Após longas, persistentes e mal sucedidas investidas, finalmente atingi a compreensão de que não posso extinguir a dor em mim, porque, sem ela, eu simplesmente não existo, pois sou o que em mim mesma dói.
Tentava exterminar em mim o que me faz viver, buscando em remédios ineficazes a cura para o meu “mal”. Mas, como disse Clarice: “não adianta passar perfume em baixo da asa de uma galinha, porque a galinha não pode ser curada de ser galinha e o Homem não pode ser curado de ser Homem”.
Os anos, no entanto, contrariando toda essa minha pueril percepção, aconselham a deixar os paliativos de lado e cativar a dor com cuidados especiais, como quem cultiva flores que precisam desabrochar para enfeitar e perfumar o jardim.
Após longas, persistentes e mal sucedidas investidas, finalmente atingi a compreensão de que não posso extinguir a dor em mim, porque, sem ela, eu simplesmente não existo, pois sou o que em mim mesma dói.
Tentava exterminar em mim o que me faz viver, buscando em remédios ineficazes a cura para o meu “mal”. Mas, como disse Clarice: “não adianta passar perfume em baixo da asa de uma galinha, porque a galinha não pode ser curada de ser galinha e o Homem não pode ser curado de ser Homem”.
Os anos, no entanto, contrariando toda essa minha pueril percepção, aconselham a deixar os paliativos de lado e cativar a dor com cuidados especiais, como quem cultiva flores que precisam desabrochar para enfeitar e perfumar o jardim.