Palavralgia
Perdi o controle.

Não sei onde foi parar. Estou tentando encontrar em todos os lugares, vãos e entrevãos. Tudo em vão! Chego a duvidar sobre se realmente eu o tive nas mãos. Talvez remotamente. O problema é que eu acreditei ter o controle. Agora compreendo que possivelmente ele nunca  tenha estado aqui, deduzo após certo tempo de procura. Eu estava tão acostumada a seus mecanismos de acionamento, que é impossível suspeitar da sua existência. Há de estar por aqui em algum lugar. Continuo a busca porque não posso perder o controle, sobretudo em razão de, talvez, nunca tê-lo possuído de verdade. Então, o que eu tinha nas mãos? Creio que acreditei ter algo de concreto. Controle é algo fácil mesmo de se perder, é algo que escapa das mãos diante dos olhos. "Mas estava aqui agora mesmo", murmuro de mãos vazias. O que fazer sem o controle? Tentar não me descontrolar e entender que nem sempre é possível ter o controle nas mãos. Quando não der para ter o controle, ainda que remotamente, o melhor é mudar de canal imediatamente.

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Palavralgia
Cada um tem o seu lado. O meu fica bem chegado, embora pareça distante. Quando o Sol aparece, eu mudo de banda. Pareço-me mais com um polígono, pois circulo por todos os espaços. É no pôr do Sol que viro ao contrário, para tomar distância, mesmo estando bem aqui ao lado. Esperteza é estar perto, apertado, nunca apartado, independente de qual seja o lado.